O que é e o que faz o Sponsor do Projeto (patrocinador)?

Última atualização em 17/12/2021

Sponsor (ou patrocinador) é uma pessoa ou um grupo de pessoas que fornece recursos e suporte financeiro para o projeto.


Muitas pessoas confundem o sponsor com um stakeholder que apenas fornece dinheiro ao projeto, o que não é verdade. O patrocinador também é responsável por fornecer todos os recursos organizacionais necessários para que o projeto seja executado, como: pessoas, equipamentos, atendimento das áreas de suporte, e muito mais. Por isso, podemos dizer que o sponsor é um dos principais interessados no projeto e, junto com o gerente de projetos, deve garantir o sucesso do empreendimento.

O patrocinador também se caracteriza como uma pessoa com bastante poder e influência, pois além de fornecer apoio, ele também deve interceder e defender o projeto, caso seja necessário.

Mas além disso tudo, o sponsor do projeto também cumpre outras funções bem importantes. Confira quais são:

Quais são as 7 principais funções do sponsor do projeto?

1 – Esclarecer o propósito do projeto

O patrocinador do projeto precisa esclarecer o propósito do projeto, assim como as principais metas e entregas. Isso não significa que ele deve definir o escopo do projeto, pois o detalhamento do escopo é uma atividade do time do projeto, mas ele deve ser capaz de descrever de forma breve qual o seu principal objetivo, onde se deseja chegar com o término do projeto e fornecer aos demais stakeholder a clara noção do nível de urgência do projeto.

2 – Ajudar a entender o ambiente

O patrocinador ajuda o gerente de projeto e a equipe a entender o ambiente do projeto, isto é, as forças e os elementos que movem o projeto. A partir dessa função, o sponsor também ajuda a harmonizar os possíveis conflitos de interesse que há no projeto.

Panorama Gestão de Projetos 2021 2022

3 – Definir o sucesso do projeto

O patrocinador do projeto é a pessoa que definirá quais condições o projeto deve atender para poder ser declarado um sucesso. Essas condições devem ser formalizadas e transmitidas a toda equipe do projeto e transformada em indicadores que devem ser monitorados durante a execução do projeto e, até depois do projeto, em alguns casos.

4 – Tomar decisões importantes

O gerente de projeto precisa compartilhar algumas tomadas de decisão com o sponsor do projeto frequentemente. Isto é bom para o projeto e também para o próprio gerente, que passa a compartilhar a responsabilidade pelo projeto e ao mesmo tempo envolve o patrocinador. Um patrocinador atuante comumente reduz conflitos na execução do projeto e traz um maior engajamento do time, criando um ambiente de confiança.

5 – Aprovar o projeto e seus marcos

O patrocinador de projeto deve avaliar e aprovar o projeto em vários momentos. Isto é muito importante para a governança do projeto e para garantir que o projeto está tendo o encaminhamento esperado e continua alinhado com o planejamento estratégico, reduzindo assim o risco de insucesso.

6 – Acompanhar o progresso do projeto

O sponsor do projeto deve avaliar periodicamente o avanço do projeto. Essa avaliação pode ser de forma mais sistematizada e planejada ou pode ser mais informal, dependendo de cada organização. No entanto, é sempre importante ter alguns pontos formais para avaliar a situação, preferencialmente com indicadores baseados na linha de base do projeto, desta forma o sponsor sempre estará ciente da saúde do projeto.

Em algumas organizações, em função do volume de projetos, o patrocinador avalia periodicamente a situação de todo o portfólio que patrocina. O importante é que esta avaliação seja feita com a periodicidade adequada.

7 – Fornecer apoio

O patrocinador de projeto é a pessoa que o gerente de projeto recorre quando não tem mais ferramentas para resolver questões organizacionais do projeto. Questões como criar mais velocidade em processos de liberação que circulam em outras áreas da empresa, a liberação de uma pessoa de outra diretoria para o seu projeto, enfim, ações que você não está conseguindo realizar sozinho. Lembre-se: é responsabilidade do sponsor conseguir recursos organizacionais necessários para o projeto.

Diferença entre patrocinador, cliente e gerente do projeto

É comum que o patrocinador acabe tendo um papel de gestão, no entanto, ele não pode ser confundido com o gerente do projeto. O sponsor pode até se envolver em questões técnicas, mas os papéis e responsabilidades precisam estar muito bem desenhados para que suas opiniões não entrem em conflito.

Enquanto o gerente de projeto orquestra todos os aspectos do projeto para que ele ocorra dentro do esperado, incluindo a equipe e os recursos fornecidos, o sponsor apenas dará o suporte para que esse trabalho seja executado.

Em algumas organizações, no entanto, o sponsor do projeto acaba virando um tipo de gerente do projeto, o que torna o trabalho do gerente difícil e pode acabar comprometendo a contribuição do próprio patrocinador, já que ele estará envolvido demais na gestão do projeto para cumprir suas funções primárias. Outro impacto que essa situação pode trazer, é a insegurança da equipe do projeto, que acaba não tendo um direcionamento único.

A definição de patrocinador também sempre nos leva a pensar em dinheiro e recursos financeiros. Este raciocínio pode nos conduzir a uma interpretação equivocada de quem é o sponsor do projeto. Isto faz com que a maioria pense no cliente como o patrocinador quando falamos de um projeto que envolva o faturamento, como em empresas de serviços, obras, consultoria. Afinal é ele que provê os recursos financeiros, certo?

No entanto, o patrocinador não pode ser confundido com um cliente. O cliente é a pessoa ou organização que receberá os produtos e/ou serviços entregues pelo seu projeto. Ou seja, é uma parte interessada que não participa necessariamente do planejamento e execução do projeto, ele apenas recebe o resultado final.

Em muitos projetos, ambos os papéis (patrocinador e cliente) podem ser acumulados pela mesma pessoa, especialmente em projetos internos, mesmo assim esses papéis precisam ser entendidos distintamente para não criar esta confusão.

Portanto, tome cuidado na definição das partes interessadas do seu projeto. Este engano de classificação poderá gerar conflitos, pois os envolvidos não saberão qual é seu papel, o que fica ainda mais crítico quando as coisas não estiverem caminhando bem no projeto. Para se preparar melhor, não deixe de ver quais são os tipos de stakeholders que podem aparecer no seu projeto:

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Gerenciamento das Partes Interessadas na Gestão de Projetos

Última atualização em 20/07/2023

Como já anunciado pela publicação do rascunho da 5ª edição do Guia PMBOK do PMI (Project Management Institute), temos uma nova área de conhecimento: Gerenciamento das Partes Interessadas (ou em inglês, stakeholders).

Bom, o assunto não é novidade. Já estava contemplado nas áreas de conhecimento Integrações e Comunicação do projeto. As práticas apresentadas no rascunho da 5ª edição do Guia PMBOK, que foi lançado em outubro/2012 foram:

  • Iniciação: Identificar as Partes Interessadas
  • Planejamento: Planejar o Gerenciamento das Partes Interessadas
  • Execução: Gerenciar o Envolvimento das Partes Interessadas
  • Monitoramento e Controle: Controlar o Envolvimento das Partes Interessadasblank

Alguns praticantes até consideram uma alteração pouco relevante, que irá enfraquecer a área de conhecimento Comunicação do projeto, que tratava do gerenciamento das partes interessadas. “Sobra muito pouco em comunicação para justificar uma área de conhecimento” escutei de um colega da área.

Por outro lado, podemos também acreditar que tal desdobramento irá criar mais evidência ao assunto Stakeholders. Talvez seja uma forma de incentivar a comunidade de profissionais de projeto a dar mais atenção ao assunto.

Quem sabe no futuro as técnicas, ferramentas, artefatos e práticas de gestão de partes interessadas se ampliem e se tornem mais populares, mais usadas. Algo excelente e um efeito possivelmente planejado pela equipe de revisão do Guia PMBOK.

Enquanto isto, na próxima semana vou publicar uma série de artigos sobre Patrocínio e o Patrocinador do projeto, umas das mais expressivas partes interessadas em projetos.

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O que é Issue List de Projeto?

Última atualização em 07/10/2022

No dicionário Colinns, “issue” está traduzida como questão. Alguns traduzem como pendências, assuntos (não resolvidos), enfim, tanto faz o nome. Alguns usam em inglês, talvez por achar mais chique ou sofisticado. Talvez para causar um impacto do tipo “Wow! Ele usa umas técnicas americanas…”. Outros não dispensam o nome em português, para facilitar o entendimento da turma e evitar uma antipatia não justificada. A verdade que não conheci um bom e organizado gerente de projeto que não mantivesse uma bela issue list (ou lista de questões, para ser mais simpático), estabelecida desde a abertura do projeto.

O que é uma issue list?

O Guia PMBOK® até cita no vocabulário, também traduzido como “questão”, o significado:

Um ponto ou assunto em discussão ou disputa ou um ponto ou assunto que não está resolvido e está sob discussão ou sobre o qual existem pontos de vistas opostos ou desacordos” (PMI, Guia PMBOK, 3ª ed.)

Ou seja, tudo aquilo que eu não sei direito o que fazer, não faz parte do plano, não é uma atividade de cronograma, mas preciso avaliar em algum momento o que será feito, de preferência não agora, por isto quero registrar em algum lugar.

Em muitos projetos, especialmente aqueles com muitas incertezas e ambiguidades, esta lista é realmente muito grande. Em algumas fases, pode chegar a ter um papel tão importante na gestão do projeto quanto o cronograma.

Alguns gerentes de projeto criam verdadeiros sistemas de informação, aproveitando para integrar com outros tipos de pendências como ações preventivas e corretivas, solicitações de mudança, chamados, incidentes, entre outros.

Logicamente a forma de reconhecer e tratar este registro de questões varia de acordo com o perfil de cada gerente de projeto. Métodos de priorização podem ser estabelecidos, como uma matriz GUT (Gravidade, Urgência e Tendência), fluxos de processo para tratamento, sistemas de informação, entre outras sofisticações possíveis.

Matriz GUT CTA

Alguns ficam mesmo no caderninho de anotações, enfim, depende do perfil, do estilo e das ferramentas disponíveis.

Mas é difícil alguém dizer que não exista uma lista de questões em seu projeto, formal ou não.

Então me incomoda esta ausência no Guia PMBOK. O gerenciamento de integrações deveria citar o gerenciamento de questões como um processo ou ao menos o registro de questões como uma saída de Monitorar e Controlar o Trabalho do Projeto, no gerenciamento da integração do projeto. Um reconhecimento da lista companheira de qualquer gerente de projeto.

Alguns poderão se sentir intimidados com esta possibilidade, no sentido de autopenalização: se eu tenho uma lista de questões é porque não planejei direito o projeto. Se for muito grande, talvez seja uma verdade, mas você continuará precisando dela. Mais, você sempre terá uma lista de questões, compartilhada ou não, isto é inevitável.

Será ainda melhor se você gerenciar sua lista num ambiente colaborativo. Várias aplicações disponibilizam ambientes para que você possa controlar a sua lista de forma colaborativa. Se ainda não conheceu nenhuma é porque não procurou. Depois de conhecer, será difícil ficar sem…

Mas cuidado para não trocar o plano pela Issue list!

Aproveite e veja também:

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