Última atualização em 15/10/2024
O mapa estratégico é uma ferramenta essencial para a gestão estratégica das empresas, pois funciona como um guia visual, que traduz a visão e a missão da empresa em objetivos concretos e ações específicas. Através do mapa, é possível alinhar os esforços de todos os colaboradores, desde a alta gestão até a equipe operacional, em torno de um propósito comum.
Além disso, o mapa estratégico facilita a comunicação interna, a tomada de decisões e o acompanhamento dos resultados, permitindo que a empresa identifique e corrija desvios de rota com mais agilidade.
Quer entender como fazer um mapa estratégico e encontrar a rota certa para atingir a sua estratégia?
Neste post você vai aprender:
O que é um mapa estratégico
O mapa estratégico é uma ferramenta de gestão visual, que faz parte do método Balanced Scorecard (BSC), criado pelos pesquisadores Kaplan e Norton com o objetivo de ajudar as organizações a colocarem sua estratégia em prática.
Por meio do mapa estratégico, é possível começar a estruturar um plano de execução, tendo em vista a proposta de missão, visão e valores da empresa e os objetivos estratégicos que ela quer atingir.
O mapa estratégico é composto por objetivos estratégicos distribuídos em quatro perspectivas de negócio e conectados entre si por meio de relações de causa e efeito. Vamos falar mais sobre isso daqui a pouco.
Você pode estar se perguntando: mas por que utilizar uma ferramenta visual em vez da documentação tradicional? Acompanhe a explicação para entender!
Quais são os 4 pilares do mapa estratégico
O mapa estratégico possui quatro pilares principais: Financeiro, Clientes, Processos Internos e Aprendizado e Crescimento. Esses quatro pilares, quando alinhados e bem estruturados, fornecem uma visão integrada e balanceada que ajuda a organização a atingir seus objetivos estratégicos e manter sua competitividade no mercado. Abaixo estão os detalhes de cada pilar:
1. Perspectiva Financeira
A perspectiva financeira está no topo do mapa estratégico, pois reflete os resultados esperados em termos de retorno financeiro e sustentabilidade do negócio. O foco deste pilar está em gerar valor para os acionistas ou proprietários da empresa, seja por meio do aumento da receita, da melhoria na margem de lucro ou da otimização dos custos.
Essa perspectiva orienta os demais pilares para que contribuam diretamente para o sucesso econômico da organização, garantindo que os esforços estratégicos impulsionem resultados financeiros positivos a longo prazo.
2. Perspectiva de Clientes
O pilar de clientes se concentra em identificar como a organização pode criar e entregar valor para os seus clientes, entendendo suas necessidades, expectativas e comportamentos. Essa perspectiva ajuda a empresa a alinhar suas ofertas e serviços com o que os clientes valorizam mais, o que, por sua vez, influencia diretamente o crescimento da receita e a fidelização.
O sucesso neste pilar é medido através da satisfação do cliente, lealdade e a capacidade de atrair novos consumidores.
3. Perspectiva de Processos Internos
A perspectiva de processos internos visa otimizar as operações da empresa para garantir que ela consiga entregar valor aos clientes de maneira eficiente e eficaz. Esse pilar está focado na melhoria contínua dos processos que têm impacto direto nos resultados, como inovação, qualidade, tempo de resposta e custo-benefício.
Processos internos bem gerenciados permitem que a empresa seja ágil e competitiva, além de reduzir desperdícios e aumentar a eficiência operacional.
4. Perspectiva de Aprendizado e Crescimento
O pilar de aprendizado e crescimento destaca a importância dos recursos humanos, da cultura organizacional e das infraestruturas tecnológicas como bases para o sucesso de longo prazo. Esse pilar envolve o desenvolvimento de competências, a motivação dos colaboradores e o fortalecimento da cultura de inovação.
Empresas que investem em aprendizado contínuo e no crescimento de seus funcionários estão mais preparadas para se adaptar a mudanças e melhorar seu desempenho em todas as outras perspectivas do mapa estratégico.
Para que serve um mapa estratégico
Quando você procura um mapa, é porque precisa de um direcionamento, não é? Então, quando se fala em execução da estratégia, nada melhor que uma imagem para mostrar qual o caminho que deve ser seguido.
Considerando que você não trabalhará sozinho para executar a estratégia, é importante ter uma forma de comunicar o que precisa ser feito e por quais motivos a todas as pessoas envolvidas no processo, certo?
O mapa estratégico pode solucionar tudo isso. Nele, a missão, a visão, os valores e os objetivos estratégicos são dispostos de forma clara e organizada, facilitando a comunicação dentro da empresa.
Ficou interessado no mapa estratégico? Continue lendo para saber como fazer o seu passo a passo.
Como fazer um mapa estratégico em 5 passos
1. Defina uma visão de futuro
Para montar um mapa estratégico, é preciso partir da visão macro, mais abrangente, para a micro, mais específica. Essa abordagem chama-se top-down (de cima para baixo).
Por isso, o primeiro passo é definir uma visão de futuro. Além de motivar os funcionários e comunicar a eles a razão por trás do que a empresa faz, ter uma proposta bem definida de missão, visão e valores ajuda a própria organização a traçar a rota até o sucesso.
Você ainda não parou para pensar na proposta de missão, visão e valores da sua empresa? Então vamos entender um pouco melhor o que precisa ser feito!
- Na missão, é preciso determinar de forma clara e objetiva porque a empresa existe e o motivo por trás dela. Conforme Kaplan e Norton, a missão deve descrever como a organização espera competir no mercado e fornecer valor aos clientes. Você pode saber um pouco mais sobre missão organizacional, escutando o áudio:
- Na visão, a organização estabelece um grande objetivo a longo prazo, uma meta para o futuro. Os colaboradores devem olhar para essa meta e se sentirem motivados e inspirados a fazerem seu trabalho.
- Nos valores, a intenção é determinar as características da empresa, isto é, a maneira como ela se apresenta ao mercado e à sociedade para alcançar a visão e cumprir a missão.
Assista nosso webinar Dicas para construir uma missão e visão para a estratégia para mais informações a respeito.
2. Estabeleça temas estratégicos
Tendo a proposta de missão, visão e valores, o próximo passo é estabelecer temas estratégicos. Os temas são as grandes dimensões que a sua empresa irá seguir e funcionam como um resumo das estratégias. Alguns exemplos de temas estratégicos são:
- Internacionalização;
- Expansão geográfica;
- Crescimento por aquisições;
- Excelência operacional.
O ideal é estabelecer de 2 a 4 temas estratégicos para mostrar explicitamente o que a empresa quer para o seu futuro.
3. Escolha as perspectivas de negócio
Pense que você pode enxergar a sua empresa de várias formas. Os criadores do método Balanced Scorecard, Kaplan e Norton, propõem quatro visões: a perspectiva financeira, a de mercado e clientes, a dos processos internos e a de aprendizagem e crescimento (se quiser conhecê-las melhor, acesse nosso post sobre perspectivas do Balanced Scorecard). Porém, você não precisa se limitar a elas.
A organização das 4 perspectivas mencionadas anteriormente não é fixa, mas é proposta por Kaplan e Norton como a que melhor atende à maioria das organizações privadas com fins lucrativos.
A lógica das perspectivas é que quanto mais acima uma perspectiva estiver, mais ela demostra o resultado do negócio, e as perspectivas mais abaixo, são as que mais influenciam no resultado esperado.
Então, se utilizarmos o Balanced Scorecard num órgão público, a perspectiva de cima não será financeira, pois o lucro não será o alvo. Talvez a perspectiva do topo seja cidadania, bem-estar social ou senso de justiça, por exemplo.
As coisas que precisarem ser mudadas dentro de cada perspectiva vão ser sinalizadas por meio dos objetivos estratégicos. Vamos falar disso no próximo tópico.
4. Defina objetivos estratégicos
Após a seleção das perspectivas de negócio, é preciso determinar objetivos estratégicos que se encaixem em cada uma das perspectivas. Objetivos estratégicos são direcionadores que demonstram as mudanças que a empresa quer executar, como, por exemplo, melhorar a logística, acelerar o desenvolvimento de produto, amadurecer modelo de franqueamento, ter uma equipe capacitada, entre outras.
Os objetivos estratégicos devem ser distribuídos nas perspectivas do negócio. Por exemplo, se a estratégia é criar um modelo de franquias, a empresa precisa construir um processo que suporte isso, ou seja, ter como objetivo estratégico o amadurecimento de um modelo de franqueamento. Esse objetivo se enquadra na perspectiva de processos internos.
Como foi mencionado, Kaplan e Norton propuseram 4 perspectivas de análise do negócio, baseados no que é mais comum para organizações privadas com fins lucrativos. Porém, na prática, pode ser que a sua empresa não precise trabalhar com essas 4 perspectivas. Por exemplo, se você já tem uma equipe capacitada para executar as iniciativas, não precisa colocar como objetivo estratégico o treinamento e capacitação dos funcionários na perspectiva de aprendizagem e crescimento.
É importante envolver várias pessoas no processo de definição dos objetivos. Isso ajuda a gerar engajamento na execução da estratégia, pois cada um fica ciente dos impactos das suas ações no todo. Isso pode ser feito através de sessões de ideação, momentos em que um time multidisciplinar se reúne para trocar ideias.
5. Sinalize as relações de causa e efeito entre os objetivos
Por último, é importante sinalizar as relações de causa e efeito entre os objetivos. Muitas vezes, o cumprimento de um objetivo é necessário para que o outro possa ser cumprido também. Seguindo a lógica do BSC, os objetivos colocados nas perspectivas mais abaixo vão ser decisivos para a execução dos mais acima.
Assim, a ordem de execução dos objetivos estratégicos fica representada de uma forma mais visível e ajuda todos a entenderem a importância de atingi-los.
Modelo de mapa estratégico
A organização de todas as informações acima geram um mapa estratégico parecido com esse modelo:
Segundo o método Balanced Scorecard, o próximo passo para colocar a estratégia em ação seria criar metas para operacionalizar os objetivos estratégicos e atribuir indicadores para acompanhar o cumprimento delas.
Depois, devem ser feitas iniciativas, isto é, ações práticas para atingir os indicadores, geralmente na forma de projetos. E, por fim, colocar o mapa estratégico para funcionar! Durante o andamento, podem ser feitas reuniões de acordo, que são momentos em que a equipe se junta para analisar e desenvolver ações de resposta aos indicadores. Essa prática é essencial para envolver a equipe no processo e criar um compromisso com as metas.
O mapa estratégico é um instrumento muito importante para a gestão da estratégia de uma organização. Ficou alguma dúvida sobre como fazer esse mapa? Não deixe de assistir o webinar gratuito BSC: uma ferramenta para a execução da estratégia, em que eu falo tanto da construção do mapa estratégico quanto do uso do BSC.
Aproveite para conhecer a consultoria de gestão de processos da Euax e saiba como podemos ajudar a sua empresa!
Sócio consultor da EUAX, bacharel em Ciências da Computação, mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento pela UFSC. Possui mais de 16 anos de experiência em projetos de inovação e atua como professor de graduação e pós-graduação da área de inovação.