Última atualização em 29/08/2024
A ISO 31000 é uma norma internacional que fornece diretrizes para a gestão de riscos em organizações.
Publicada pela International Organization for Standardization (ISO), esta norma visa ajudar as organizações a desenvolverem um processo sistemático e abrangente para gerenciar riscos de maneira eficiente.
Aplicável a qualquer tipo de negócio, independentemente do seu tamanho, setor ou localização, a ISO 31000 É projetada para ser integrada às práticas de gestão existentes.
Quer saber mais sobre a ISO 31000, quais os benefícios dessa norma e como ela pode transformar a gestão de riscos na sua organização? Então, siga a leitura!
O que é ISO 31000?
A ISO 31000 é uma norma internacional que fornece diretrizes para a gestão de riscos corporativos em organizações de todos os tipos e tamanhos.
Introduzida pela primeira vez em 2009 e revisada em 2018, a norma estabelece um framework e um processo sistemático para identificar, avaliar e gerenciar riscos.
Seu objetivo principal é ajudar as empresas a integrarem a gestão de riscos em suas estratégias e operações diárias, garantindo que os riscos sejam abordados de maneira estruturada e que as oportunidades sejam identificadas e aproveitadas.
Além disso, a ISO 31000 busca promover uma abordagem proativa, permitindo que as organizações desenvolvam uma cultura de gestão de riscos que apoie a tomada de decisões informadas e melhore a resiliência organizacional.
Quais os elementos da ISO 31000?
A estrutura da ISO 31000 é composta por elementos essenciais que orientam as organizações na identificação, avaliação e tratamento dos riscos. Veja a seguir:
Princípios
Estabelecem as bases para uma gestão de riscos eficaz. Incluem:
- A integração da gestão de riscos com a governança e a estratégia da organização;
- A personalização do processo para atender às necessidades específicas;
- E a promoção de uma cultura de gestão de riscos que incentiva a melhoria contínua e a conscientização.
Estrutura
Define o ambiente necessário para suportar a gestão de riscos. Inclui:
- A definição clara de papéis e responsabilidades;
- O desenvolvimento de políticas e processos adequados;
- A alocação de recursos necessários para implementar a gestão de riscos de maneira eficaz.
Processo
Descreve o fluxo de atividades para a gestão de riscos. Compreende a:
- Identificação de riscos;
- Avaliação de suas consequências e probabilidades;
- Análise da importância dos riscos;
- Implementação de estratégias para tratar os riscos.
Este processo é contínuo e adaptável, permitindo ajustes e melhorias constantes para responder a novos desafios e oportunidades.
Leia também o post sobre avaliação de riscos na segurança da informação
Princípios Fundamentais da ISO 31000
Os princípios fundamentais da ISO 31000 incluem:
Integração da gestão de riscos
A gestão de riscos deve ser integrada em todas as áreas da organização, desde a estratégia até as operações diárias. Isso garante que os riscos sejam considerados em todas as decisões e processos.
Envolvimento da alta direção
A alta direção deve estar ativamente envolvida no processo de gestão de riscos. Seu comprometimento é essencial para garantir que a gestão de riscos seja uma prioridade e que os recursos necessários sejam alocados.
Personalização do processo de gestão de riscos
O processo de gestão de riscos deve ser adaptado ao contexto específico da organização. Isso significa considerar fatores como:
- O ambiente interno e externo;
- A cultura organizacional;
- E os objetivos estratégicos.
Abordagem sistemática e estruturada
A gestão de riscos deve seguir uma abordagem sistemática e estruturada para ser eficaz. Isso inclui a implementação de processos claros e consistentes para identificar, avaliar, tratar e monitorar riscos.
Quais são as etapas que a norma estabelece
Comunicação e consulta
A etapa de “Comunicação e Consulta” é fundamental para assegurar que todos os stakeholders relevantes sejam envolvidos no processo de gestão de riscos.
Isso envolve a troca contínua de:
- Informações sobre os riscos identificados;
- Suas avaliações;
- E as estratégias de mitigação propostas.
A comunicação garante que todos os envolvidos compreendam os riscos e as medidas tomadas para enfrentá-los, enquanto a consulta permite a coleta de insights e feedbacks essenciais para refinar e melhorar o processo de gestão de riscos.
Esta etapa é muito importante para manter a transparência e promover a colaboração entre as partes interessadas.
Monitoramento e análise crítica
A etapa de “Monitoramento e análise crítica” envolve o acompanhamento contínuo do ambiente de riscos e a revisão das medidas de gestão implementadas. O monitoramento permite identificar alterações nos riscos e avaliar a eficácia das estratégias adotadas.
A análise crítica, por sua vez, envolve a revisão dos resultados obtidos e a avaliação da performance do sistema de gestão de riscos.
Essa etapa assegura que o processo de gestão de riscos permaneça relevante e eficaz, ajustando-se conforme necessário para responder a novos desafios e oportunidades.
Registro e relato
A etapa de “registro e relato” refere-se à documentação sistemática dos riscos identificados, das avaliações realizadas e das ações tomadas.
O registro fornece um histórico detalhado das decisões e dos processos de gestão de riscos, enquanto o relato envolve a comunicação dos resultados e das medidas de gestão aos stakeholders apropriados.
Essa etapa é essencial para garantir a rastreabilidade, a responsabilidade e a conformidade com os requisitos normativos e regulatórios, além de facilitar a análise de tendências e o aprendizado contínuo na gestão de riscos.
Benefícios de aplicar a norma
Redução de incertezas e melhor tomada de decisões
A aplicação da norma ISO 31000 proporciona uma abordagem estruturada para a gestão de riscos, permitindo que as organizações identifiquem e avaliem de maneira proativa as incertezas que podem impactar seus objetivos.
Com um processo de gestão de riscos bem definido, as empresas podem antecipar e mitigar problemas antes que eles se concretizem, resultando em uma redução significativa das incertezas.
Isso facilita uma tomada de decisões mais informada e estratégica, pois as escolhas são baseadas em uma análise detalhada dos riscos e das oportunidades, promovendo maior confiança e eficácia nas decisões empresariais.
Proteção de ativos
A norma ISO 31000 ajuda as organizações a identificarem e avaliarem os riscos que podem ameaçar seus ativos, sejam físicos, financeiros ou intelectuais.
Adotando uma abordagem sistemática para a gestão de riscos, as empresas podem implementar medidas preventivas e corretivas que protegem seus ativos contra danos, perdas ou compromissos.
Isso além de preservar o valor dos ativos da organização, também melhora a resiliência e a capacidade de recuperação frente a eventuais incidentes.
Conformidade com regulamentações (como a LGPD)
A ISO 31000 facilita a conformidade com regulamentações e normas específicas, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil.
Isso porque, ao implementar a norma, as organizações estabelecem processos de gestão de riscos que incluem a identificação e o controle dos riscos relacionados à privacidade e à proteção de dados.
Com isso, é possível garantir que as práticas de gestão de riscos estejam alinhadas com os requisitos legais e regulatórios, minimizando o risco de não conformidade e as possíveis sanções associadas.
Veja também o post sobre adequação à LGPD
Como aplicar o ISO 31000
1. Estabelecer o Contexto
O primeiro passo para aplicar a ISO 31000 é estabelecer o contexto da gestão de riscos. Isso envolve:
- Definir o ambiente interno e externo da organização;
- Identificar os objetivos estratégicos e operacionais;
- E compreender as partes interessadas e seus requisitos.
A definição clara do contexto ajuda a garantir que a gestão de riscos esteja alinhada com a missão e os objetivos da organização, além de proporcionar uma base sólida para a identificação e avaliação dos riscos.
2. Identificar os Riscos
Após estabelecer o contexto, o próximo passo é identificar os riscos que podem impactar a organização, como por exemplo, riscos em ti.
Isso envolve a identificação de eventos ou condições que podem afetar a capacidade da organização de alcançar seus objetivos.
A identificação deve ser abrangente e considerar todas as fontes de risco, incluindo fatores internos e externos, para garantir que todos os riscos relevantes sejam detectados.
3. Avaliar os Riscos
Uma vez identificados, os riscos devem ser avaliados para determinar sua probabilidade de ocorrência e o impacto potencial sobre a organização.
A avaliação dos riscos envolve a análise qualitativa e quantitativa, permitindo a priorização dos riscos com base em sua gravidade.
Esse processo ajuda a identificar quais riscos devem ser tratados com maior urgência e quais podem ser monitorados com menos intensidade.
4. Tratar os Riscos
Com os riscos avaliados, o próximo passo é tratar os riscos identificados. Isso envolve o desenvolvimento e a implementação de estratégias para mitigar, transferir, aceitar ou evitar os riscos.
💡 As estratégias de tratamento devem ser baseadas na avaliação dos riscos e alinhadas com os objetivos e recursos da organização. É importante que as ações de tratamento sejam eficazes e proporcionem um equilíbrio entre custo e benefício!
5. Comunicar e Consultar
Durante todo o processo, é fundamental comunicar e consultar com as partes interessadas. A comunicação efetiva garante que todas as partes interessadas estejam informadas sobre os riscos, as estratégias de tratamento e os resultados do processo de gestão de riscos.
6. Monitorar e Analisar Criticamente
O processo de gestão de riscos deve incluir a monitorização e análise crítica contínuas. Isso envolve o acompanhamento dos riscos e das estratégias de tratamento para garantir que estejam funcionando conforme o esperado.
A análise crítica permite a revisão e a atualização contínua do processo de gestão de riscos, ajustando as estratégias conforme necessário para responder a mudanças no ambiente de risco e nas condições da organização.
7. Registrar e Relatar
Por fim, registrar e relatar é essencial para garantir a transparência e a rastreabilidade do processo de gestão de riscos. Isso inclui documentar os riscos identificados, as avaliações realizadas, as ações de tratamento implementadas e os resultados obtidos.
A documentação adequada facilita a revisão e a auditoria do processo, além de fornecer informações valiosas para a tomada de decisões e a melhoria contínua na gestão de riscos.
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Formado em economia pela FAAP e pós-graduado no ITA em Ciência da Computação. Possui uma carreira desenvolvida em empresas de serviços, instituições financeiras, indústrias e consultorias de negócios e de TI.