Priorizando requisitos: Theme Screening

Temas de requisitos

O primeiro passo para  aplicação do Theme Scoring é a escolha de temas de requisitos. Temas são grupos de requisitos funcionalmente ligados, tipicamente compondo um subsistema específico ou que tenham objetivos de negócio complementares.

A justificativa para o agrupamento em temas é que tipicamente requisitos individuais podem ser pequenos demais para fazer sentido para os entrevistados pela técnica, então agrupa-se os requisitos em unidades maiores e mais fáceis de avaliar.

No caso da aplicação da técnica para a priorização de projetos, bastaria escolher quais projetos desejamos comparar.

Critérios de análise

Depois de escolher os temas de requisitos ou projetos sendo avaliados, precisamos definir critérios de análise. De forma análoga ao que fazemos na Theme Scoring, os critérios de análise são quesitos contra os quais avaliaremos nossos requisitos e devem representar aspectos do nosso produto que consideramos importantes para a priorização de requisitos.

Esses critérios podem ser definidos a partir da nossa visão de produto, ou de requisitos de negócio a que desejamos atender. Exemplos comuns podem incluir itens como “Alinhamento estratégico”, “Aquisição de usuários”, “Ampliação do uso do produto”, “Facilidade de desenvolvimento”, “Posicionamento do produto”, etc.

Um fator importantíssimo a ser considerado na escolha dos critérios de análise (e também dos temas, na verdade), é o público a que nossa pesquisa será dirigida. Naturalmente, as pessoas entrevistadas pelo método devem ser capazes de entender o significado de cada critério de análise e também ser capazes de avaliar cada tema relativo a esses critérios.

Escolha do tema

É depois de definidos os temas e os critérios de análise que o método do Theme Screening passa a se diferenciar do Theme Scoring. Devemos agora escolher um tema como baseline, isto é, um tema que servirá de base de comparação para todos os demais temas. A idéia é escolher um tema que imaginamos que tenha uma prioridade intermediária entre os temas escolhidos.

Agora, comparamos cada critério de análise com o nosso baseline, ou seja, perguntamos pros nossos entrevistados se determinado tema é melhor ou pior que o baseline em cada critério de análise. Na planilha de acompanhamento mostrada abaixo, damos 1 ponto quando o tema em análise é melhor do que o baseline nesse critério, e marcamos -1 ponto (um ponto negativo) quando o tema em questão é pior que o baseline nesse critério.

Somamos o total para cada temas, e teremos uma pontuação total para o tema. Basta então ordenar nossos temas – os requisitos do tema com a maior pontuação devem ser executados primeiro, e assim seguimos em ordem decrescente.

Theme Screening

Conseguimos perceber um risco grande no uso do Theme Scoring – se errarmos na escolha do baseline, poderemos criar distorções nos resultados. Um baseline com prioridade muito alta fará com que muitos quesitos pontuem negativo.

Um baseline muito baixo fará com que muitos quesitos pontuem muito alto. Assim, a escolha de um baseline intermediário na escala de prioridade é bem importante. Naturalmente, pode ser difícil escolher um baseline de prioridade intermediário antes de priorizarmos os requisitos, e esse é um problema inerente ao método.

Diferença entre Theme Scoring e Theme Screening

Ambos os métodos são bastante semelhantes e, embora o Theme Scoring não traga o risco da escolha errada do baseline, há quem diga que a resposta que se pede do participante é mais complexa – é mais difícil dar uma nota de 1 a 5 do que simplesmente dizer se algo é melhor ou pior.

Na prática, há que se avaliar o público que participará da entrevista e definir se esse público tem discernimento suficiente sobre o negócio para dar uma resposta mais detalhada (e nesse caso usa-se o Theme Scoring) ou se os nossos participantes preferirão respostas mais simples mesmo que a gente tenha que correr o risco de errar na escolha do baseline(e nesse caso usa-se o Theme Screening).

Independentemente do método escolhido, o mais importante é que se use algum método objetivo de priorização, e que os participantes nas atividades de priorização entendam claramente o funcionamento do método empregado.

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Leia também nosso post sobre priorização de requisitos com Theme Scoring.

Priorizando requisitos: Theme Scoring

Uma grande dificuldade que encontramos no desenvolvimento de qualquer produto – e me refiro a produto aqui num sentido bem amplo, como qualquer capacidade que entregamos –  é saber o que é mais importante para o nosso usuário final.

Determinar de forma objetiva o que traz mais valor para o nosso produto do ponto de vista desse grupo de stakeholders é fundamental para garantirmos o sequenciamento adequado das atividades do(s) projeto(s) de desenvolvimento desse produto, sem recorrer a suposições individuais dos participantes nesse processo e a inevitável queda de braço para definir qual funcionalidade “entra primeiro na fila”.

Podemos também pensar em variações dessas técnicas aplicáveis a cada ambiente, sendo papel do analista de negócios (ou equivalente de acordo com cada ambiente organizacional) definir quais técnicas aplicar, de que forma e em que momento.

Essa série de posts tratará de cada uma dessas técnicas brevemente, apresentando a forma de utilização e abrindo a discussão sobre sua aplicação nos mais diferentes contextos. No post atual, discutiremos a técnica chamada Theme Scoring.

O que é Theme Scoring?

O Theme Scoring é uma técnica para ajudar a priorizar entre grupos de requisitos (temas), mas que pode igualmente ser aplicada para priorizar projetos ou até mesmo produtos. A técnica parte da escolha de critérios de análise contra os quais nossos temas serão analisados.

Escolha dos temas

Esses critérios devem partir de uma avaliação de cada ambiente, identificando que fatores nos levariam a escolher, ou a não escolher, um determinado tema. Exemplos típicos seriam coisas como “alinhamento estratégico”, “capacidade de trazer novos usuários”, “capacidade de reter usuários”, “amplia o uso do produto”, etc.

Uma vez definidos os temas e os critérios de análise, damos um peso para cada um dos critérios de análise. Esses pesos indicam a importância relativa de cada um dos nossos critérios.

O peso pode ser qualquer valor positivo, desde que reflita de fato a importância relativa dos critérios – por exemplo, se escolho “1” para o peso do critério A e “2” para o peso do critério B, estou indicando que o critério B é duas vezes mais importante para mim do que o critério A.

Planilha de avaliação

Definidos os temas, critérios de análise e pesos, agora precisamos montar nossa planilha de avaliação. Nessa planilha, usamos uma linha para cada critério de análise e nas colunas colocamos os temas sendo analisados, conforme o exemplo abaixo.

Theme_Scoring

Uma vez concluída a preparação, apresentamos nossos temas a um grupo de usuários finais ou especialistas de negócio, e pedimos a eles que deem notas de um a cinco para cada tema em cada critério, com um sendo a pior nota e cinco a melhor.

Assim, por exemplo, se um determinado tema está fortemente alinhado ao planejamento estratégico da empresa, daríamos a ele uma nota 5 no critério “alinhamento estratégico”.

Tabulando Resultados

Existem diferentes maneiras de tabular os resultados. Para pequenos grupos de respostas, podemos discutir cada tema em grupo e chegar a uma nota consensual para cada critério. Alternativamente, pode-se coletar respostas individuais de cada usuário ou especialista e no final calcular a média de cada pontuação.

Qualquer que seja o método escolhido, no final do processo teremos um valor de prioridade para cada tema pesquisado, dando uma indicação da sequência de implementação a ser seguida.

Essa técnica é uma maneira de tratar nossa priorização de requisitos de maneira mais objetiva, e ao mesmo tempo envolver grupos externos nessas decisões, podendo ser aplicada igualmente com usuários finais e com especialistas de negócio.

Devemos lançar mão desses métodos para ajudar nas nossas escolhas e para estabelecermos um diálogo com esses grupos de stakeholders, validando assim nossas suposições sobre o que realmente agrega valor ao nosso produto.

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Leia também nosso post sobre priorização de requisitos com o Theme Screening!

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