Gerenciamento da qualidade: o que é e como fazer em 3 passos

Última atualização em 19/05/2020

Já parou para pensar o que acontece depois que um projeto é entregue? O produto ou serviço gerado passa pelo julgamento do cliente, que precisa avaliar se o resultado foi satisfatório ou não. Por isso, ter um gerenciamento da qualidade estruturado é essencial para medir o sucesso do trabalho e, assim, aperfeiçoar as competências da organização em gestão de projetos.

Continue acompanhando este post para descobrir:


Mas o que exatamente significa dizer que um projeto tem qualidade?

Conceito de qualidade

Qualidade é a medida de quanto um projeto atende aos requisitos especificados no escopo. Os requisitos, por sua vez, são características e capacidades que o produto resultante de um projeto precisa ter para atender às expectativas e necessidades das partes interessadas. Ao identificar e detalhar os requisitos é importante considerar algumas questões. É comum dizermos que um requisito bem-definido deve ser SMART.

SMART

  • (S)pecific/Específico: os requisitos são claros e não dão margem para dupla interpretação.
  • (M)ensurable/Mensurável: todo requisito tem de ser mensurável, isto é, validado através de números para garantir que o objetivo esperado foi atingido, dentro dos critérios de qualidade.
  • (A)ttainable/Atingível: é importante que no escopo do projeto sejam definidos requisitos possíveis de serem atingidos. Não basta querer chegar à Lua, é preciso conseguir chegar.
  • (R)elevant/Relevante: é fundamental que se entenda o nível de relevância dos requisitos para os objetivos que o projeto precisa atender.
  • (T)ime-bound/Temporal: deve ser possível definir um prazo para o atendimento do requisito.

Portanto, quando cada um dos requisitos tem resposta para os 5 itens acima, maior a probabilidade de alcançar um alto nível de qualidade no projeto. Caso não tenha conseguido responder a algum dos itens SMART, é necessário avaliar e aprofundar um pouco mais os requisitos. Isso reduzirá riscos e problemas com o andamento do projeto.

Um projeto de alta qualidade é aquele que apresenta nenhum ou poucos defeitos. É importante dizer que o nível de qualidade não está relacionado ao volume de características técnicas que o produto ou a solução tenha, mas sim ao nível de funcionamento dessas características. Por exemplo: um smartphone fora de linha com uma câmera mediana pode ter mais qualidade do que um smartphone de última geração com uma câmera semiprofissional, que trava toda vez que um aplicativo é aberto.

Agora que você já sabe o que é qualidade, vamos entender o que é fazer o gerenciamento dela.

O que é gerenciamento da qualidade?

O gerenciamento da qualidade é o conjunto de processos para planejar, gerenciar e controlar os requisitos de qualidade do projeto. Seu objetivo é garantir que o produto ou serviço entregue seja realmente aquilo que o cliente pediu e, dessa forma, consiga atender às expectativas e necessidades dele. Além disso, o gerenciamento da qualidade contribui na melhoria contínua dos processos de gestão de projetos.

O conceito de qualidade dentro da gestão de projetos pode se dividir em dois: a qualidade relacionada aos processos da gestão de projetos e a qualidade referente ao produto ou serviço que será entregue.

Como dito anteriormente, um produto tem qualidade quando satisfaz as necessidades do cliente. Porém, e quando o projeto atende aos requisitos, mas o cliente não fica satisfeito com a forma com que o projeto foi conduzido? Se o produto foi entregue dentro do que foi especificado, mas as entregas atrasaram, a comunicação foi pobre e o projeto foi gerenciado de forma turbulenta, dizemos que houve um desvio de qualidade na gestão de projetos.

É importante destacar que o foco do gerenciamento da qualidade deve ser sempre a prevenção, ao invés da correção. Afinal, os custos em evitar que as falhas aconteçam normalmente são menores do que os custos de arcar com as consequências provocadas pelas falhas. Como diz o ditado: prevenir é melhor do que remediar (e mais barato também)!

Viu só como é importante gerenciar a qualidade dos seus projetos? Agora vamos colocar a mão na massa!

Como fazer gerenciamento da qualidade em 3 passos

Pode existir um abismo entre aquilo que a equipe entende sobre o projeto e aquilo que é esperado pelo cliente, o que pode levar um projeto ao fracasso. O Guia PMBOK®, uma das maiores referências em gestão de projetos do mundo, elenca três processos de gerenciamento da qualidade. Nos baseamos nesses processos para criar este passo a passo.

1. Planejar o gerenciamento da qualidade

É o momento de definir como a qualidade será gerenciada e verificada ao longo do projeto. Neste planejamento, determinamos qual o nível de qualidade que o projeto deve ter e, por mais estranho que pareça, determinamos também qual o nível de falhas considerado aceito para aquele projeto, de acordo com a análise de custos. Caso não seja tomado esse cuidado, as falhas no projeto poderão se tornar muito caras, inviabilizando-o.

Com um plano, padrões e critérios estabelecidos é possível aplicar auditorias de conformidade para avaliar se os padrões estão sendo seguidos. Esses padrões podem ser observáveis tanto nas entregas como nos processos.

Aqui é muito importante montar o plano de gerenciamento da qualidade. Trata-se de um documento que descreve o que é necessário implementar para que os objetivos de qualidade sejam alcançados. Este plano pode ser formal ou informal, genérico ou específico.

Alguns elementos que o plano de gerenciamento da qualidade pode conter, segundo o PMBOK:

  • Padrões da qualidade que serão usados pelo projeto;
  • Objetivos da qualidade do projeto;
  • Papéis e responsabilidades da qualidade;
  • Entregas do projeto e processos sujeitos a revisão da qualidade;
  • Atividades de controle da qualidade e gerenciamento da qualidade planejadas para o projeto;
  • Ferramentas da qualidade que serão usadas pelo projeto;
  • Procedimentos importantes e relevantes para o projeto.

Ferramentas comuns nesta etapa:

  • Opinião especializada;
  • Benchmarking;
  • Brainstorming;
  • Entrevista;
  • Análise de custo-benefício;
  • CDQ (Custo da qualidade);
  • Entre outras.

2. Gerenciar a qualidade

Estabelece como gerenciar, de forma efetiva, a qualidade ao longo do projeto. Para isso, converte o plano de gerenciamento da qualidade em atividades executáveis, que incorporam as políticas de qualidade da organização no projeto. Ou seja, é nesta etapa que aplicamos na prática os instrumentos de gestão da qualidade, que permitem mensurar o nível de qualidade das entregas e dos processos de gestão de projetos.

A partir da execução das atividades de qualidade geramos os relatórios de qualidade, que nada mais são do que resumos do que está sendo feito quanto a este aspecto do projeto.

Ferramentas comuns nesta etapa:

  • Coleta de dados;
  • Fluxograma;
  • Auditorias;
  • Entre outras.

3. Controlar a qualidade

Consiste em verificar e documentar se os requisitos da qualidade especificados estão sendo atendidos pelo projeto. Ou seja, é nesta etapa que medimos os resultados em relação aos padrões estabelecidos. Você deve se perguntar: as entregas estão corretas e têm uma qualidade aceitável? No caso de desvios, é preciso corrigi-los por meio do controle integrado de mudanças, em que um comitê se reúne para decidir as próximas ações.

É importante dizer que alguns tipos de projetos de setores específicos podem exigir um nível mais rigoroso de controle de qualidade. Por exemplo: não dá para comparar a qualidade exigida na reforma de uma casa com a qualidade exigida na construção de uma usina nuclear, não é mesmo?

Ferramentas comuns nesta etapa:

  • Coleta de dados;
  • Listas de verificação;
  • Amostragem estatística;
  • Questionários e pesquisas;
  • Análises de desempenho;
  • Inspeção;
  • Testes e avaliações de produto;
  • Representação de dados;
  • Reuniões;
  • Entre outras.

 

Dicas para gerenciar melhor a qualidade do seu projeto

Vale lembrar que as etapas descritas anteriormente costumam interagir entre si e até mesmo se sobrepor. Além disso, elas devem ser adaptadas para o contexto do seu projeto e da sua empresa. Você deve levar em consideração as políticas, procedimentos e ferramentas de qualidade já existentes na organização, se existem padrões legais para determinados tipos de projetos, entre outros aspectos. Importante: em projetos ágeis, as revisões de qualidade devem ser ainda mais frequentes: realizadas a cada ciclo do projeto.

Outras dicas que podem te ajudar:

  • Sempre busque entender o que o seu cliente espera como resultado, afinal, a satisfação é um indicador-chave do sucesso do projeto;
  • Não esqueça de buscar informações em outros projetos, como aplicar práticas que influenciaram positivamente a qualidade do projeto e garantir que algumas práticas não interfiram negativamente nos resultados;
  • A equipe do projeto deve estar atenta aos padrões de qualidade existentes, mas a alta gerência é a responsável por fornecer os recursos necessários para alcançar esses padrões de qualidade;
  • Tenha auditorias de qualidade periódicas e independentes em seus projetos. Isso irá te ajudar a entender se o projeto está indo bem ou mal. Além disso, utilize as auditorias para corrigir possíveis problemas “dentro de casa”, em vez de esperar que o cliente perceba as falhas;
  • Compartilhe e divulgue a documentação da qualidade do projeto: deixe o plano de qualidade disponível para que todos possam compreender os padrões de qualidade e as métricas utilizadas no monitoramento.

Esperamos que este post tenha ajudado você a entender melhor o gerenciamento da qualidade. Quer saber mais sobre outros aspectos importantes de um projeto? Acesse nosso e-book sobre gestão de projetos e entenda como entregar iniciativas que geram mudanças relevantes ao negócio!

E-book Gestão de Projetos

Guia PMBOK® é marca registrada do Project Management Institute (PMI).

Gestão de performance: faça com 6 dicas simples

Última atualização em 31/05/2023

O sonho de todo gestor é conseguir fazer uma boa gestão de performance, para ser capaz de estabelecer métricas mais objetivas e tomar decisões com base na performance individual e de equipe, e não apenas com base em achismos.

Na sua empresa, você faz gestão de acordo com os resultados que a equipe entrega ou com base em percepções de esforço?

Quer saber como fazer isso? Então acompanhe nosso texto:

O que é gestão de performance com indicadores?

A gestão de performance com indicadores é um método de gestão que considera o estabelecimento de indicadores para medir o desempenho da empresa na consecução de seus objetivos estratégicos.

É como quando você determina um destino de viagem: escolhe uma estrada e, ao longo do percurso, avalia se essa estrada é a mais indicada ou se você pode tomar atalhos para chegar mais rápido, com mais qualidade e com menos recursos.

Ao avaliar constantemente suas ações por meio desses indicadores, você tem a capacidade de obter melhores resultados ao longo do tempo, corrigir possíveis falhas e com isso chegar ao seu objetivo com mais rapidez.

Benefícios da gestão de performance

 

Por isso, separamos 6 dicas simples para te ajudar a fazer gestão de performance na sua empresa. Confira:

Como fazer Gestão de Performance com 6 dicas simples:

1. Utilize o BSC

Balanced Scorecard (BSC) é uma ferramenta que ajuda a traduzir a estratégia organizacional em indicadores correlacionados, para estipular metas e métricas condizentes com a estratégia do negócio.

Como essa é uma ferramenta importante, temos um texto inteiramente dedicado a ela. Leia para entender o que é Balanced Scorecard (BSC), como usá-lo na sua estratégia e implantá-lo no seu negócio.

2. Monte um sistema de performance

Um indicador sozinho e sem contexto não passa de um número. Para gerenciar a performance do negócio, é ideal montar um diagrama causal, que mostra a relação de causa e efeito entre os indicadores. Para entender melhor, observe este diagrama de uma pizzaria fictícia:

Diagrama de relações causais

Perceba como cada fator impacta no outro, criando uma espécie de “efeito dominó”. É por isso que não basta mensurar dados de forma isolada sem colocá-los no contexto corporativo.

Entender essa relação de indicadores no seu negócio permite identificar a causa-raiz dos problemas e melhorar a gestão.

3. Estruture cerimônias de performance

Outra prática indispensável é criar cerimônias de performance. Essas cerimônias servem para:

  • Estruturar acordos, metas e desafios;
  • Checagem de indicadores;
  • Avaliação de performance individual e do time;
  • Feedbacks.

Lembre-se que cerimônias são diferentes de uma simples reunião. Cerimônias devem fazer parte da rotina da equipe e possuem um roteiro bem definido.

4. Tenha um arquiteto de performance

Implantar gestão de performance a nível organizacional pode ser difícil, especialmente em empresas muito grandes. Contar com um arquiteto de performance pode simplificar essa missão.

Arquiteto de performance é um profissional que facilita a compreensão dos sistemas organizacionais por meio de métricas.

Ele vai estabelecer rotinas, padrões, processos e métricas para implementar a gestão de performance em toda a organização, interconectando dados e assegurando que a performance se torne parte da cultura organizacional.

5. Utilize a tecnologia

A tecnologia é uma importante aliada para a gestão de performance. Utilizar um software de gestão vai te ajudar a:

  • Extrair relatórios de performance individuais e de equipe
  • Gerar painéis de indicadores
  • Gerenciar a produção no dia a dia
  • Gerenciar prazos, custos, esforço e outros fatores que impactam a performance

Aqui na Euax Consulting nós utilizamos e recomendamos o Artia.

6. Crie uma cultura de performance

Essa dica é na verdade uma consequência das anteriores. Quando a gestão de performance faz parte da cultura da empresa, ela é aplicada no dia a dia das equipes para garantir o bom desempenho organizacional.

Mudar o pensamento dos colaboradores para o novo modelo de gestão não é um processo que acontece do dia para a noite. É algo lento e que deve ter o apoio incondicional da alta gestão para que passe a fazer parte da cultura organizacional.

Para tanto, existem alguns passos que devem ser dados:

  1. Defina seus objetivos: pergunte-se onde sua empresa vai estar daqui a 5 ou 10 anos e armazene essa informação. Esses são os objetivos-macro que darão origem aos indicadores.
  2. Defina seus indicadores: como você vai medir o desempenho da empresa em atingir esses objetivos? Os indicadores devem medir se esses objetivos estão sendo alcançados.
  3. Crie uma história: como esses indicadores serão mensurados e interpretados? Para responder isso você deve montar uma história e registrá-la para que fique claro.
  4. Alcance: onde buscar o conhecimento necessário para atingir seus objetivos? Existem outras metas que podem ser integradas para melhorar sua análise?
  5. Distribua responsabilidades: esse é o momento de dividir as responsabilidades sobre quem deve responder por cada indicador.
  6. Comunique: compartilhe essa visão de foco em resultados e engaje as pessoas nessa missão.
  7. Mensure: acompanhe os indicadores e saiba o que eles representam para sua empresa.
  8. Adapte: corrija os desvios, aprimore sua estratégia e alcance melhores resultados.

Para entender melhor esse passo a passo, ensinamos no webinar Gestão de KPIS como montar na prática um sistema de performance de indicadores. Confira:

CTA-Gestão-de-KPIs-aprenda-a-montar-um-sistema-de-performance-de-indicadores

Quais tipos de indicadores você deve acompanhar

Cada empresa tem seus próprios indicadores de desempenho, segundo seus objetivos estratégicos. Entretanto, de maneira geral, podemos agrupá-los em 4 grandes áreas:

Indicadores estratégicos

São aqueles atrelados à conquista da sua visão de negócio. Eles auxiliam na tomada de decisão e permitem avaliar sua performance ao longo de todo o percurso, como aumento do market share, liderança de mercado etc.

Indicadores de qualidade

Estão diretamente ligados à satisfação do cliente e à qualidade de produtos e serviços. Ajudam a promover uma melhor experiência de compra para seus consumidores e a identificar oportunidades de aprimoramento nos seus produtos e serviços.

Indicadores de capacidade

Também estão ligados à qualidade dos produtos e serviços, mas avaliam a eficiência e eficácia dos seus processos internos. Com processos mais ágeis e eficazes, você pode atender (e, quem sabe, até superar) as expectativas dos seus clientes, aumentando a satisfação.

Indicadores de produtividade

Estão atrelados à sua capacidade de produzir mais com menos. Quanto menos recursos consumidos em todos os processos, mais eficiente sua empresa se torna, aumentando assim sua lucratividade.

Diagnóstico de performance

Para saber como está a performance das equipes hoje, você pode fazer um diagnóstico de performance. Isso vai ajudar a enxergar pontos de melhoria para melhorar os resultados organizacionais.

Para isso, você pode utilizar ferramentas como:

Temos um post que ensina em detalhes como fazer um diagnóstico de performance em apenas 3 passos, não deixe de ler.

Você já utiliza a gestão de performance com indicadores-chave na sua empresa? Gostaria de se aprofundar mais no assunto? Então confira nosso kit para começar a gerenciar um time de alta performance. Nele, você terá acesso a:

  • [WEBINAR] Como medir a performance de uma equipe?
  • [TEXTO] Painel de indicadores: como e por que construir um para sua organização
  • [CANVAS] Acordo de performance para gestão de equipe
  • [TEXTO] 4 passos para montar uma equipe de alta performance
  • [WEBINAR] Como elevar a performance do negócio com inovação?

Como montar uma equipe de alta performance

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