A implementação do Lean e seus desafios

Última atualização em 27/07/2022

Lean nada mais é do que uma filosofia conhecida como “mentalidade enxuta”, e que tem por objetivo eliminar desperdícios na cadeia de produção, assim maximizando o valor agregado dos produtos acabados na visão do cliente.

A implementação do Lean se dá através do mapeamento do fluxo de valor e posterior ajuste em processos, procedimentos e aplicação de um conjunto de ferramentas relativamente simples, focadas na gestão visual, padronização e operações à prova de erros.

Legal, então se as ferramentas são simples, a implementação também será, certo?

Depende! Com certeza essa não era a resposta que você estava esperando, mas é isto mesmo: o sucesso da implementação dependerá não só das ferramentas ou dos novos processos mapeados, mas sim, de o quanto a organização estará disposta a passar por uma mudança cultural.

Lean prega a eliminação de desperdícios em toda a cadeia de produção, ou seja, precisará envolver as áreas de marketing, manufatura, comercial, logística, recursos humanos, etc. Existem várias formas de se iniciar a implementação do Lean, seja partindo de uma consultoria externa, de iniciativa interna ou mesmo motivada por um cliente ou fornecedor que já aplica o Lean e acaba expandindo para a sua cadeia de produção.

Independentemente da origem, uma prática de mercado para a implementação do Lean passa pela criação de um “grupo Lean” dentro da empresa, responsável por mapear o fluxo de valor e implementar melhorias em conjunto com as áreas da organização. Portanto, o “grupo Lean” se torna o agente de mudança nas áreas da empresa.

Leia mais: Conheça o Lean IT e como implementar na sua empresa

A complexidade em implementar o Lean

Nesse ponto é que começa a aparecer a complexidade da implementação. Lembra do que falei no começo do post? A complexidade dependerá da disposição da organização para as mudanças.

Isso porque esse “grupo Lean” terá que promover mudanças com o envolvimento de muitas pessoas, dos mais variados níveis hierárquicos e com interesses conflitantes relacionados ao sucesso da implementação.

Em geral, o primeiro sentimento é de que postos de trabalho deixarão de existir, e realmente deixarão! Porém existem maneiras diferentes de enxergar essa mensagem, e é neste momento que o “grupo Lean” deverá ter o apoio da alta administração para transmitir à equipe que os postos de trabalho não deixarão de existir, mas sim serão reposicionados.

Esse reposicionamento visará otimizar a produção, gerar competitividade no mercado e conseqüentemente garantir o posto de trabalho. Se a empresa “produz desperdícios”, ela não se manterá no mercado, aí sim, os postos de trabalho deixarão de existir. Esta é a mensagem que deve ser transmitida e compreendida pelos envolvidos.

A melhor forma de contornar isto, é que essa mensagem seja originada no topo do nível hierárquico, e não que se espere que o “grupo Lean” consiga isto através do trabalho de formiguinha, de pessoa em pessoa convencendo-as aos poucos.

Claro que o grupo terá um papel importantíssimo em manter isto na cabeça das pessoas, mas sem o apoio da alta administração, dificilmente conseguirão atingir os objetivos. Esse alinhamento deve ser responsável por gerar o comprometimento de todos os envolvidos, assim evitando que o ouvido das equipes seja seletivo, ouvindo somente que “o posto de trabalho deixará de existir”.

Se isso ocorrer, a implementação correrá sérios riscos de alcançar o fracasso.

Leia também sobre Lean Manufacturing e entenda tudo sobre eliminação de desperdícios!

O Lean precisa estar no planejamento

Trocando em miúdos, tudo o que falamos até aqui não lhe parece familiar? Veja bem, falamos em dificuldades de comunicação e falta de apoio da alta administração. A propósito, não são estes os fatores que estão dentre as principais causas de falhas em projetos?

Ou seja, muitas implementações do Lean falham porque não são tratadas como projetos. Portanto, como todo bom projeto, o Lean precisa estar no planejamento estratégico da organização e as pessoas precisam ser envolvidas de forma planejada para que se alcance o comprometimento das equipes dentro dos objetivos do projeto. Mas isso não é tudo, pois existe outro fator importante e que precisa estar alinhado dentro da organização, que é contextualizar a melhoria contínua dentro de um projeto.

De acordo com a estratégia da empresa, podemos ter um projeto para cada fase da implementação ou apenas um projeto tratado em ondas sucessivas, porém o que precisa ficar bem claro neste contexto é que a cada melhoria implementada, os benefícios percebidos serão cada vez menores.

Isso quer dizer que em uma primeira fase, o ganho em produtividade pode ser de 50%. Na segunda fase será de 20%. Na terceira 5%. A cada fase fica mais difícil obter e demonstrar ganhos, pois é aí que muitas implementações do Lean também pecam.

Enquanto os ganhos são visíveis aos olhos, a alta administração compra a ideia. Porém, quando as melhorias começam a gerar baixos percentuais de ganho, a alta administração abandona a iniciativa.

Relembrando o caso da Toyota, se eles pensassem assim, talvez em 1970 o TPS tivesse sido abandonado e esse case de sucesso jamais seria “copiado” e aplicado de forma revolucionária na maneira de se enxergar a produção.

Lembre-se: o sucesso da implementação do Lean, depende da maneira que você enxergará a filosofia dentro do contexto da sua empresa. A dica é que o Lean seja um projeto desmembrado do planejamento estratégico da organização, que tenha apoio total da alta administração e que as pessoas estejam motivadas e abertas à mudança cultural.

Se você não enxerga algum destes fatores dentro da sua organização, é bom repensar se esse é o momento certo para dar os primeiros passos rumo à sua aplicação.

Aprimore os processos da sua empresa! Assista ao nosso webinar gratuito sobre BPM e Lean e veja como essas metodologias se complementam para aumentar a performance da sua organização.

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O BPM CBOK: matriz de áreas de conhecimento e o ciclo de vida

Última atualização em 18/05/2020

OBPM CBOK tem um propósito similar aos demais BOKs do mercado: uma compilação de boas práticas percebidas nas organizações, reportadas pelos profissionais que compõem a entidade e outros voluntários convidados, como autores e consultores.

Então, assim como nos demais, não espere criação de conceitos, este não é o propósito de um BOK. Você encontrará criação nos livros de autores inovadores, mas raramente num BOK. Durante a leitura veremos conceitos já propostos há mais de 20 anos, como por exemplo as contribuições de Michael Hammer, incluindo a reengenharia, o processo de ponta a ponta, etc.

Juntando correntes de pensamento

Mas antes de subestimar a força do CBOK, precisamos reconhecer o bravo feito de juntar as várias correntes e pensamentos e preparar uma redação coesa, extraindo o que há de melhor em cada prática, reunindo todas de forma relativamente harmônica. Quando avaliamos este feito, facilmente conseguimos contemplar o CBOK como uma ótima obra para profissionais de processos e todos aqueles que se envolvem e se interessam por melhorar processos.

Não é uma leitura fácil, seja pela estrutura, seja pela própria redação, as vezes confusa, mesmo para quem já trabalha com isto. Mas o futuro é promissor: este ano (2011) ainda será publicada a terceira edição e aparentemente a ABPMP mantêm um ciclo de revisão mais curto que os quatro anos do Guia PMBOK® do PMI®.

O CBOK foi estruturado em áreas de conhecimento, como vemos em outros BOKs. Isto criou alguma confusão de estrutura. Assuntos gerais como Gerenciamento de Processos de Negócio viraram áreas de conhecimento, assim como tecnologias e questões organizacionais, que poderiam ser estruturados como capítulos introdutórios, ao invés de áreas de conhecimento.

No caso de tecnologia, a lógica do CBOK permitiria facilmente que “automação de processos” fosse uma área, mas “tecnologia”, que envolve todas demais áreas, também como um capítulo inicial.

Enfatizo que não estou criticando o CBOK, são comentários que podem ajudar numa primeira leitura, especialmente para aqueles acostumados com outros BOKs.

Ciclo de Vida BPM CBOK

Um ciclo de vida padrão para uma iniciativa de BPM é descrito no começo do guia. Fiz uma ilustração para tentar ajudar a compreender as relações mais relevantes das áreas de conhecimento num projeto de BPM:

Ciclo de vida BPM CBOK

Agradeço aos colegas @GartCapote @leandrosjesus @mbitencourt  pelos sólidos palpites nesta matriz.

O artigo do Gart “BPM CBOK e as 9 áreas de Conhecimento” ajuda com uma definição rápida de cada área do CBOK. O blog dele tem bastante informação para os interessados. Futuramente publicarei mais detalhes sobre cada uma áreas também.

Ao se associar a ABPMP você receberá acesso ao CBOK eletrônico, em inglês e português.

Associe-se a ABPMP, leia o BPM CBOK, participe da comunidade brasileira e internacional. Tenho certeza que vai encontrar um conteúdo que vai ajuda-lo muito na melhoria da sua organização e no seu próprio crescimento profissional.

Observação final – vamos acertar a grafia e escrita: Está escrito  BOK e não BoK. Muita gente gosta de fazer isto por parecer mais bonitinho, mas está errado. E sobre leitura, alguns acham que por ser um livro se lê Book (“buk”), não é, lê-se BOK, como na cerveja escura (se ajudar a comparação).

Aproveite e aprofunde seus conhecimentos sobre o BPM baixando o nosso e-book BPM: guia para implantar a gestão de processos na sua empresa.

Ebook BPM Business Process Management

PMI®, PMP® e Guia PMBOK® são marcas registradas do Project Management Institute.

CBOK®, ABPMP® e CBPP® são marcas registradas do Association of Business Process Management Professionals

MS Project 2010 – Duração, trabalho e alocação de recursos em projetos

Última atualização em 30/11/2021

No Microsoft Project, você pode usar diferentes abordagens para fazer a alocação de recursos em projetos e criar os seus cronogramas.  Vou falar um pouco sobre um dos conceitos que mais gera dúvidas aos iniciantes do Microsoft Project.

O comportamento da ferramenta depende do tipo de tarefa padrão que você selecionou para o seu projeto e é recomendado que você faça esta configuração na fase inicial de construção do cronograma, antes de incluir informações de tarefas. Você pode construir seu cronograma, fazendo a alocação de recursos em projetos, baseado na duração ou trabalho.

A abordagem que você vai escolher depende das necessidades do seu plano, dos recursos e de como você quer que a ferramenta se comporte.

Planejamento de alocação de recursos em projetos baseado na duração

Agendamento baseado na duração é estimado do ponto de vista do tempo: a duração permanece fixa independente da quantidade de recursos que você alocar na tarefa. Chamamos isso de “duração fixa”. Muitos usuários preferem esta abordagem porque têm a necessidade de acompanhar datas e duração, mantendo o tempo inalterado independente dos recursos atribuídos.

Para entender como a ferramenta se comporta, é fundamental entender a diferença entre a duração e trabalho. A duração é a diferença entre a data início e a data fim de uma tarefa.

A duração é geralmente exibida em dias, mas pode ser exibida em minutos, horas, semanas ou meses. Por padrão, é baseada nos horários de trabalho disponíveis do calendário padrão do Microsoft Project, que representa uma semana típica de 5 dias de 8 horas, segunda a sexta-feira, totalizando 40 horas.

Observe que quando você está estimando duração, se você digitar 7 dias na tarefa, a duração do projeto será exibida mostrando cerca de uma semana e meia. Se você digitar 30 dias (esperando que seja igual a um mês), não se surpreenda, pois a duração exibida será igual a 6 semanas.

A participação em um evento/feira/exposição/congresso é um bom exemplo onde a programação baseada na duração é útil. Se a tarefa (evento) dura 10 dias (e isto não muda!), e você atribuir uma pessoa a ela, então o Microsoft Project calcula o trabalho da seguinte forma:

Trabalho = 10 dias × 1 pessoa (mesmo que 100%) = 10 dias ou 80 horas

Duração fixa e datas fixas

É importante entender que duração fixa não é a mesma coisa que datas fixas. São funções diferentes no Microsoft Project.

Duração fixa significa que a duração não vai se alterar, independente da quantidade da alocação de recursos em projetos, mas as datas de início e fim estão livres para se moverem baseadas nos outros fatores, como data de início do projeto, dependências entre tarefas, calendários, etc.

Para datas fixas é diferente: são chamadas no Microsoft Project de restrições das tarefas. Você pode fixar a data de início ou fim de uma tarefa com restrições do tipo “Deve iniciar em” ou “Deve terminar em”, assim, estas datas permanecerão inalteradas independente de qualquer outro fator de cálculo.

Por exemplo: se você está planejando uma reunião externa com a sua equipe e reservou um local numa data específica, por exemplo, 15/06/2016.  Esta data é “fixa” e não pode alterar em função de qualquer outro fator do seu cronograma no Microsoft Project.

Por outro lado, você pode ter “duração fixa” para uma tarefa do tipo “Impressão das apostilas”, que não vai ter datas fixas: se a estimativa de duração para a impressão é 3 dias e começa na segunda-feira,  ela irá encerrar na quarta-feira; se a data de início for alterada para terça-feira, a tarefa encerra na quinta-feira.

No exemplo citado, do evento, num cronograma baseado na duração (duração fixa), a duração de 10 dias se mantém constante independente dos recursos atribuídos. Assim, se você alocar 5 pessoas no evento a 100%, então pelo fato de a duração permanecer igual ao período do evento, o trabalho será calculado da seguinte forma:

Trabalho = 10 dias × 5 pessoas (mesmo que 500%) = 50 dias ou 400 horas

Planejamento baseado na duração é uma boa opção quando você quer que a duração do cronograma permaneça intacto e inalterado.

Planejamento de alocação de recursos em projetos baseado no trabalho

Trabalho, por outro lado, reflete o número de horas/pessoa (a quantidade de trabalho) necessário para executar as tarefas. A unidade de trabalho padrão no Microsoft Project é hora, e o agendamento normalmente é direcionado pela atribuição de recursos.

Muitos usuários preferem iniciar estimando o trabalho das tarefas, para em seguida atribuir os recursos, deixando então o  Microsoft Project calcular as datas de início e fim baseado nos níveis de carga dos recursos. Este tipo de agendamento é chamado de agendamento baseado no trabalho.

Para configurar o Microsoft Project para este tipo de agendamento, você ajusta o tipo de tarefa como “Trabalho fixo” ou “Unidades fixas” com a opção “Controlada pelo empenho” ligada.  Lembre que “Controlada pelo empenho” é um sinônimo de “Trabalho fixo”: trabalho  = esforço = empenho.

A relação entre Trabalho e Duração

Para entender a questão trabalho e duração, vamos considerar a fórmula que o Microsoft Project usa para controlar o agendamento.

Trabalho = Duração X Unidades

Você pode fixar uma das variáveis (baseado no “tipo” de tarefa que você escolher), digitar a 2a. variável e o MS Project calculará a 3ª. Como mostrado na figura abaixo, você pode também escolher uma combinação ao selecionar tanto “Unidades Fixas” como “Duração fixa” como tipo padrão para as tarefas e então ligar ou desligar a opção “Controlada pelo empenho”.

Por exemplo: se você escolher duração fixa e as novas tarefas forem “Controladas pelo empenho”, o  Microsoft Project tentará preservar tanto a duração quanto o trabalho quando você alterar seu cronograma. Se você modificar a duração de uma tarefa, ele não modificará o trabalho, mas irá alterar as unidades atribuídas a tarefa.

Por exemplo, vamos avaliar uma tarefa de pintura para detalhar o conceito de cronograma baseado no trabalho. Digamos que sua estimativa de trabalho para a tarefa seja de 10 dias ou 80 horas, mas, dependendo da quantidade da alocação de recursos em projetos (pintores), a duração irá variar.

  • 1 pessoa a 100%, então a duração será de 10 dias
  • 1 pessoa a 50%, então a duração será de 20 dias
  • 2 pessoas a 100%, então a duração será de 5 dias

O Microsoft Project calcula as datas de início e o fim: assim, apesar do trabalho total permanecer inalterado, as datas do cronograma flutuam conforma os recursos atribuídos.

Vamos verificar a forma de ajustar as características das tarefas no Microsoft Project. Veja nos exemplos abaixo, que o comportamento do wizard se altera em função da seqüência de alteração dos atributos duração e trabalho que você fizer na tarefa.

Neste primeiro caso, executaremos os seguintes passos:

  1. Crie uma atividade “Agendada Automaticamente”
  2. Aloque um recurso tipo trabalho
  3. Informe 5 dias para a duração: perceba que o Microsoft Project preencheu automaticamente o campo trabalho com 40 horas
  4. Agora modifique o campo trabalho para 20 horas: veja que ele altera a duração, e apresenta o wizard para orientá-lo quanto as opções do agendamento

Neste segundo caso, vamos inverter os passos:

  1. Crie uma atividade “Agendada Automaticamente”
  2. Aloque um recurso tipo trabalho
  3. Informe 40 horas para o trabalho: perceba que o Microsoft Project preencheu automaticamente o campo duração com 5 dias
  4. Agora modifique o campo duração para 2,5 dias: veja que ele altera o trabalho, e o wizard apresenta outras opções para o agendamento

A tabela abaixo detalha como o Microsoft Project reage quando você faz mudanças de agendamento em uma tarefa dependendo do tipo e configurações da tarefa, ou ainda se estamos em modo “agendamento manual”.

No dia-a-dia das empresas, uma abordagem interessante é a criação de modelos (templates) para ajudar os seus gerentes de projetos e de recursos com os cronogramas dos projetos mais comuns. Um template com o tipo de tarefa padrão configurado em “Unidades fixas” e “Controladas pelo empenho”, que inclua assinalamento de recursos genéricos nas tarefas e todas as estruturas de dependências mais comuns entre as tarefas já parametrizadas.

Assim, o processo de planejamento de alocação de recursos em projetos típicos consistirá em substituir os recursos genéricos pelos recursos nomeados (reais) e as unidades (percentuais) estimadas para cada recurso nomeado dependendo de sua disponibilidade. Ao fazer a substituição dos recursos genéricos e feita a alimentação das unidades de alocação de recursos em projetos,  a duração e as datas de início e fim são calculadas automaticamente, resultando num cronograma puramente “controlado pelo trabalho”.

De qualquer forma, é sempre necessário avaliar cuidadosamente sobre como você trabalha e qual a melhor abordagem para o projeto em questão. Você pode estabelecer padrões para suas equipes de projeto, mas os requisitos vão mudar de um projeto para outro e de uma tarefa para outra.

O importante é lembrar que sua decisão quanto ao tipo de abordagem que será usado depende de como a tarefa vai ser executada: a programação do cronograma deve seguir a realidade de execução, ou seja, se a questão mais importante é o tempo de execução, use a abordagem baseada na “duração”; se o fundamental for o tempo de trabalho total alocado na tarefa (e.x. 32 horas), então use o planejamento baseado no trabalho.

KIT Gestão de projetos deTI

EAP em projetos: a regra dos 100%

Última atualização em 20/12/2021

A regra dos 100% é referenciada como um termo criado por Gregory Haugan(1). Um princípio para reforçar a necessidade da EAP (Estrutura Analítica de Projetos) ser absolutamente completa.

O Practice Standard for Work Breakdown Structures (Second Edition)(2), publicado pelo Project Management Institute (PMI), faz a seguinte definição da regra:

“… estabelece que a EAP inclui 100% do trabalho definido pelo escopo do projeto e captura todas as entregas – internas, externas, intermediarias – de forma ao trabalho estar completo, incluído o gerenciamento do projeto. A regra dos 100% é um dos mais importantes princípios que guia o desenvolvimento, decomposição e avaliação da EAP. A aplicação desta regra vale para todos os níveis na hierarquia: a soma de todos o trabalho dos níveis “filhos” deve ser igual a 100% do trabalho representado pelo “pai” e a EAP não deve incluir qualquer trabalho que saia do escopo existente do projeto, isto é, ele não pode incluir mais do que 100% do trabalho…”

Da-estratégia-ao-plano-de-ação-otimizando-a-operação-com-indicadores-de-desempenho

Perguntas e respostas

A regra é, portanto, uma forma mais enfática de dizer que todo o trabalho do projeto está incluindo na EAP. Um lembrete para ter em mente quando estiver preparando a EAP e tentar responder sozinho algumas perguntas que você pode se fazer:

1) Será que eu preciso incluir as atividades de gestão de projetos (planejamento, reuniões, preparação de relatórios, etc) da EAP?

Claro, este esforço existe somente por causa do projeto.

2) Uma série de documentos e processos precisam ser preparados pela área de segurança do trabalho da minha empresa para o meu projeto, mas eu não tenho qualquer controle sobre o que eles fazem. Preciso incluir na EAP?

Sim, precisa. Mas é importante reavaliar este “…eu não tenho qualquer controle sobre o que eles fazem.” Isso não pode ser uma verdade.

3) Preciso incluir os trabalhos que são terceirizados na minha EAP?

Claro, fazem parte do projeto e precisam ser gerenciados. O nível de detalhamento e a forma de integrar a gestão entre as partes dependerão de uma decisão de estratégias de gerenciamento.

4) Meu projeto não prevê um teste específico que eu gostaria muito de fazer porque acho muito “bacana”. Posso incluir na EAP?

Lógico que não, “bacana” não é justificativa para escopo. Neste caso, uma estratégia de qualidade ou uma ação de mitigação de risco poderia justificar, mas não ser “bacana”.

A regra dos 100%

Muitas destas dúvidas comuns na montagem da EAP podem ser respondidas com a regra dos 100%. Não pode ser 80% ou 120%, deve ser 100%.

Na dúvida pergunte: Isto faz parte dos 100%?

Aproveite e leia também:

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(1) Gregory T. Haugan. Effective Work Breakdown Structures (The Project Management Essential Library Series). ISBN 1-56726-135-3.

(2) Project Management Institute. Project Management Institute Practice Standard for Work Breakdown Structures. ISBN 1880410818.

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